quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

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Depois de uma reunião de concertação, nos finais de Novembro  um punhado de diplomatas e representantes de organizações internacionais presentes em Bissau divulgaram uma declaração conjunta em que voltaram a expressar a sua «forte preocupação com as contínuas e inaceitáveis violações dos direitos humanos, incluindo uma execução sumária, sequestros e espancamentos, e ameaças diversas não especificadas».
Os parceiros externos da Guiné-Bissau queixaram-se ainda da vigilância que a secreta guineense exerceu sobre «membros e propriedades da comunidade diplomática» nos dias que se seguiram ao fracassado assalto à guarnição de para-comandos, na madrugada do dia 21 de Outubro  e à captura, cerca de uma semana depois, do seu suposto líder, o capitão Pansau N'Tchama, incidentes que agravaram ainda mais o ambiente de exceção reinante desde o golpe de Estado de Abril.
Nem os carros da ONU escaparam às buscas que se seguiram para capturar presumíveis cúmplices do oficial rebelde. A delegação da União Europeia, que acolheu um número indeterminado de refugiados políticos, esteve dois dias cercada e chegou-se a temer que as suas instalações fossem violadas para retirar os guineenses que lá se encontram. Isso só não aconteceu devido a uma enérgica reação de Bruxelas.
Atualmente, as Nações Unidas, que não reconheceram o regime instalado pelos militares após o assalto ao poder, são uma das raras vozes livres no país, por isso o seu chefe em Bissau, o ruandês Joseph Mutaboba, não é bem visto pelas autoridades de transição, que já pediram a Nova Iorque a sua substituição. Outra personalidade que não caiu nas boas graças do Governo foi o jornalista português Fernando Gomes, que dirigia a delegação local da RTP e que teve de deixar o posto poucos meses antes do termo do seu serviço.

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