É muito importante que cada político e
militar guineense ganhe a consciência de que "não poderá haver mais
deferimento do prazo das eleições" e que as mesmas "terão de ser muito
transparentes, sem interferências dos militares e sem ameaças", disse Ramos Horta.
O Representante Especial do Secretário-geral da ONU falava este
fim-de-semana na cidade histórica de Cacheu, norte do país, durante o
festival sobre Escravatura, organizada pela ONG Acção pra o
Desenvolvimento (AD).
Nenhum de nós, os atores internacionais,
vai aceitar que a comunidade internacional invista aqui, que queira
ajudar, e que no entanto seja testemunha de possíveis ameaças, de
violência, antes ou depois das eleições, os guineenses
têm de entender que para convencer a União Europeia a levantar algumas
sanções há que haver na Guiné-Bissau um respeito escrupuloso pelos
princípios da democracia, dos direitos humanos e da justiça", justificou o Representante da ONU.
Ramos Horta considerou que o país vive talvez a única e última "janela de
oportunidade" para que as elites políticas e militar se entendam,
"depois de décadas de problemas, conflitos, ódios e desconfianças, que
arruinaram o país".
As declarações de José Ramos Horta acontecem numa altura em que se
encontram no país uma missão de avaliação técnica das Nações Unidas,
assim como o Secretário Executivo da CPLP, que ontem esteve reunido com o
Representante da União Africana em Bissau, Ovídio Pequeno.
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