quarta-feira, 15 de maio de 2013

SENTIDAS CONDOLÊNCIAS...





Empresário e fervoroso católico, Henrique Rosa, que hoje morreu, no Porto, foi Presidente de transição da Guiné-Bissau.

Há vários meses em Portugal, devido a questões de saúde, de que acabaria por morrer hoje, no Hospital de São João, Henrique Pereira Rosa era filho de pai português, tendo-se assumido sempre como "um patriota amante da paz". Nasceu em Bafatá, leste da Guiné-Bissau, a 18 de janeiro de 1946.

Um homem de fé e amigo da hierarquia da Igreja (nomeadamente o antigo bispo Dom Septimio Ferrazzetta, com quem trabalhou para o fim da guerra civil na Guiné-Bissau de 1998/99), apenas entrou para a política ativa em 2003, quando foi a personalidade escolhida para Presidente de transição. N
a altura, a Guiné-Bissau atravessava mais uma das suas cíclicas crises, tendo o Presidente eleito, Kumba Ialá, sido derrubado num golpe militar.



A Presidência que protagonizou foi elogiada por toda a comunidade internacional, tendo os parceiros que mais perto com ele lidaram considerado na altura que se tratava de um homem de "uma qualidade extraordinária" e a personalidade ideal para o período de transição.

Homem discreto e educado, calmo e ponderado, antigo presidente da Comissão Nacional de Eleições, cargo que ocupou pouco tempo por, como disse na altura, não gostar de intrigas, acabou por tomar o gosto pela política e candidatou-se a Presidente nas eleições antecipadas de 2009, ficando em terceiro lugar.

Com a derrota, voltou aos negócios, mantendo-se sempre como uma referência do país, como uma voz escutada, muitas vezes confundida mesmo com a "voz" da Igreja Católica, tais as ligações ao bispado guineense (era amigo do atual bispo, Dom José Camnaté). Era presença assídua na missa de domingo da catedral, a escassos metros da casa onde sempre viveu, mesmo quando foi Presidente de transição.

Após a morte, por doença, do Presidente eleito (Malam Bacai Sanhá) e a marcação de presidenciais antecipadas, Henrique Rosa voltou a concorrer. Os resultados da primeira volta não lhe foram nada favoráveis, mas o escrutínio não chegou ao fim, devido a mais um golpe de Estado, a 12 de abril do ano passado.

QUE A SUA ALMA ENCONTRE UM LUGAR NO REINO DA PAZ.

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