quinta-feira, 18 de abril de 2013

PAIGC TEM SIDO VÍTIMA DOS SEUS ERROS...


O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tem sido vítima "dos seus próprios erros", disse o deputado Cipriano Cassamá, candidato a liderança do partido para, promete, o pacificar e unir.Em declarações à agência Lusa, Cipriano Cassamá disse que é candidato e que vai ao congresso marcado para maio "com a responsabilidade de propor aos congressistas pacificar o partido, que tem sido vítima dos seus próprios erros e tensões políticas", que levaram a "uma escalada de intolerância política".O PAIGC, mais votado nas eleições legislativas de 2008 e que estava no poder até ao golpe de Estado de 2012, foi visivelmente dividido quando o dirigente do partido Serifo Nhamadjo se candidatou a Presidente da República, nas eleições presidenciais de março do ano passado, à revelia da cúpula do partido, que apoiou Carlos Gomes Júnior.Serifo Nhamadjo ficou em terceiro lugar na primeira volta das eleições, ganhas por Carlos Gomes Júnior. A segunda volta não se realizou devido ao golpe.Vítima de tensões internas, o partido marcou o oitavo congresso para maio próximo. A direção não divulgou quantos candidatos há até agora à liderança, mas foi criada uma comissão para analisar as candidaturas e propor coligações, para que se apresentem menos candidatos na reunião magna, com data ainda não marcada."Vamos desenvolver uma cultura partidária de diálogo interno e de tolerância, encorajar o pluralismo de opiniões, que consideramos desejável, e também fazer com que haja uma reconciliação no PAIGC, unificar o partido e propor uma reorganização para a vitória", disse hoje à Lusa Cipriano Cassamá, que também já tinha sido candidato no congresso de 2008.O responsável, antigo ministro, membro do bureau político do PAIGC, admite que tem havido divisões, mas assegura que o partido "já está numa fase de reconciliação", visível no facto de que "já voltaram" todos os que saíram para apoiar Serifo Nhamadjo.Ainda assim, afirmou, vai ao congresso para "unificar" e "consolidar a unidade", para que todos saiam do encontro reconciliados e ao serviço do partido e do país."Quando o PAIGC tem problemas toda a Guiné-Bissau tem problemas, o PAIGC é uma grande instituição", disse Cipriano Cassamá, que na sua moção de candidatura afirma: Sem o PAIGC os sucessivos governos, de 1999 a 2004, demonstraram "imaturidade, irresponsabilidade e incompetência".É o PAIGC, acrescentou, que tem de estar "na linha da frente no combate pela moralização da sociedade, contra a praga da corrupção, contra o flagelo do narcotráfico, contra a violência e a criminalidade em geral".Cipriano Cassamá defendeu também que no congresso de maio se discutam linhas diretrizes do partido para os próximos quatro anos, e pediu que não se entre "em querelas, que isso não abona ao PAIGC".Já a fazer contactos com os militantes e a divulgar a sua moção, Cassamá afirmou que, se ganhar, está preparado para eleições legislativas o mais rápido possível, porque quer um PAIGC "em atividade contínua, dinâmico, sempre em contacto com os militantes".Militante do PAIGC desde os anos 70, deputado desde 1994, Cipriano Cassamá já foi secretário de Estado e ministro do Ambiente, ministro de Estado e da Presidência e ministro da Administração Interna. É vice-presidente do parlamento da UEMOA, União Económica e Monetária Oeste Africana."Se ganhar sairemos fortes, unidos, reconciliados, dinâmicos e eficientes, e estaremos ao serviço dos militantes e do povo", disse.



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