sábado, 6 de abril de 2013

BUBO NA TCHUTO ARRISCA-SE A PRISÃO PERPÉTUA

O ex-chefe da marinha de guerra da Guiné Bissau, José Américo Bubo na Tchuto enfrenta uma pena máxima de prisão perpétua caso seja considerado culpado em tribunal americano tráfico de cocaína para os Estados Unidos, disse o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Bubo na Tchuto foi capturado pelas autoridades americanas em águas internacionais na Terça-feira juntamente com outros dois homens, Papis Djeme e Tchamy Yala, cuja nacionalidade não foi divulgada.Os três compareceram em tribunal em Nova Yorque na Sexta-feira onde o juiz marcou uma audiência formal para o próximo dia 15.
Os três foram acusados pelo departamento de Justiça de “conspirarem para distribuir cinco Quilos ou mais de cocaína, sabendo ou tendo a intensão que a cocaína seria importada para os Estados Unidos”. Ao abrigo da lei americana a pena máxima para este tipo de crime é prisão perpétua.

De acordo com o Departamento de Justiça existe mais quatro outros presos envolvidos no mesmo processo que fazem face a acusações mais graves.Trata-se de Manuel Mamadi Mane e Saliu Sisse, cuja nacionalidade também não foi identificada e que foram detidos num país não identificado da África Ocidental e ainda Rafael Garavito-Garcia e Gustavo Perez-Garcia, ambos colombianos que deverão ser extraditados para os Estados Unidos onde deverão então ser formalmente indiciados. Mane e Sisse deverão comparecer perante um juiz já na Terça-feira.

Todos estes fazem face a uma acusação de narco-terrorismo, uma acusação de tráfico de cocaína,  e uma acusação de conspiração para fornecer apoio material e recursos a uma organização terrorista internacional.  Mane, Sisse e Garavito-Garcia fazem também face a uma acusação de “conspiração para fornecerem apoio material e recursos a uma organização terrorista estrangeira”.

Segundo o Departamento de Justiça americano no verão do ano passado, Mane, Sisso, Garavito Garcia e Perez Garcia contactaram “fontes confidenciais” da Agencia de Luta contra a Droga (DEA) que se fizeram passar por representantes ou membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Em reuniões na Guiné Bissau a partir de Junho do ano passado Mane, Sisse, Garavito-Garcia e Perez-Garcia concordaram em receber e armazenar vários carregamentos  de cocaína da FARC na Guiné Bissau com a intensão de subsequentemente  a transportar para os Estados Unidos e os lucros entregues à FARC.

Parte da cocaína seria usada para pagar a entidades governamentais da Guiné Bissau diz a acusação sem revelar nomes.

Nessas reuniões Mane, Sisse e Garavito-Garcia teriam concordado em comprar armas para a FARC incluindo misseis terra-ar através da sua importação para a Guiné Bissau sob pretexto de serem para as forças armadas guineenses.
A acusação detalha datas e pormenores de vários encontros em que isso foi discutido.

Um oficial das forças armadas da Guine Bissau não identificado  disse a uma das fontes ou agente da DEA que a compra das armas seria efectuada  logo que a FARC trouxesse fundos para a Guiné Bissau.

No que diz respeito a Bubo na Tchuto a acusação afirma que a partir do começo de 2012 o antigo chefe da armada guineense e ainda Djeme e Yala estiveram envolvidos em conversações que foram gravadas com agentes da DEA que se fizeram passar por traficantes de drogas.

Numa dessas reuniões Bubo na Tchuto teria afirmado que o governo se encontrava enfraquecido devido a um recente golpe de estado e que isso dava uma boa oportunidade para se efectuar o contrabando.

Bubo na Tchuto, Djeme e Yala concordaram em receber duas toneladas de cocaína que seria transportada para a Guiné Bissau por barco e transportada para um armazém para ser depois exportada para a Europa e Estados Unidos.

Em Novembro do ano passado os três acusados discutiram importar uma tonelada de cocaína para os Estados Unidos através de uma companhia de Bubo na Tchuto.
Este teria exigido o pagamento de um milhão de dólares por cada tonelada de cocaína a entrar na Guiné Bissau.

A operação para aprisão de todos os acusados envolveu agentes e organizações de combate ao crime em diversos  países.

Pela parte americana a operação envolveu agentes da DEA, da Divisão Especial de Operações (SOD), da Unidades Bilateral de Investigações (BIU), do Grupo para o Narco Terrorismo (NTG) em colaboração com agentes  da DEA estacionados em Lisboa (Portugal) e em Bogotá ( Colômbia).

O navio em que Bubo na Tchuto foi preso ao largo da costa da Guiné da Bissau  estava “sob controlo da DEA” disse o comunicado onde estavam agentes da NTG.
Desconhece-se como é que Bubo na Tchuto e os seus companheiros foram atraídos para o navio onde foi preso.

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